E se for para viver de solidão, que seja hoje, que seja agora, não pretendo passar a minha vida inteira vivendo dela, vivendo para ela. Se ela quiser se apossar de meu peito, que o faça, mais faça de uma vez, e que não venhas aos poucos, chegue de uma vez por todas, entre, a porta está aberta, esperando por você. Vai, faça todo o estrago que você possa me causar, mas faça-o agora.
Como já disse e vou repetir, não pretendo viver para ti solidão, se quiser que eu viva de ti, esqueça, isso não vai voltar a ocorrer, eu vou viver para mim, eu vou viver de mim. Se queres se apossar de mim, aproveita agora que estou frágil, pois quando eu me reerguer, aqui você não entrará mais, não mais.
Neste meu peito surrado e sofrido de tanto levar tombos pela estrada da vida, você já fez morada, já tentou se apossar, mas não adiantou e não vai adiantar, eu não vou fraquejar, não para ti. Esquece solidão, se por capricho teu não queres entrar hoje, por capricho meu não voltarás a me habitar, nem hoje, nem nunca mais.
Vai solidão, sai por aquela porta e esqueça que eu existo, esqueça que tu um dia habitastes em meu ser, esqueça, esqueça de mim de uma vez por todas.
(Sheila Cristiane)
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